[slideshow id=11] Correio Braziliense – 19/09/2012
Desde segunda-feira, o motorista Carlos Augusto Pereira, 53 anos, acampa em frente à Embaixada do Chile, no Setor de Embaixadas Sul, e promete ficar lá por até 15 dias, na tentativa de receber direitos trabalhistas de R$ 100.613,93. Quando conseguir, pretende arcar com o tratamento das sequelas de um câncer retirado da laringe, que o deixou sem fala. Ele trabalhou como motorista, sem receber horas extras, por 14 anos. Um dia, se esqueceu de pagar uma conta particular do embaixador. Foi demitido por justa causa. “Eu estava saindo de férias e me esqueci”, narrou Pereira. As representações diplomáticas raramente respeitam as leis locais. Segundo Raimundo Luís de Oliveira, presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores em Embaixadas, Consulados e Organismos Internacionais no Brasil (SindNações), 80% delas têm dívidas trabalhistas. Pelo menos 40% estão na lista negra do Tribunal Superior do Trabalho (TST). Embora consideradas território estrangeiro, com relação à contratação de empregos e serviços, devem seguir as regras do país em que estão instaladas, em obediência à Convenção de Viena, explicou Oliveira. (Vera Batista)