Dirigentes do Sindnações e dos sindicatos filiados à Fetracom e à CUT Brasília realizaram na manhã desta quarta-feira (4) uma manifestação de protesto diante da Embaixada do Reino Unido na L2 Sul, Quadra 801. Os manifestantes exigiram a reintegração dos 15 funcionários demitidos, criticando “o gol contra da Embaixada do Reino Unido contra os trabalhadores” por promover desligamentos em massa (quase metade do quadro de segurança) e ferir a legislação trabalhista brasileira.
“Uma demissão dessa proporção não pode ocorrer nunca. É uma medida de graves repercussões para as famílias dos trabalhadores e para a comunidade. Somos frontalmente contra qualquer demissão em massa. O desrespeito chegou a ponto de até ameaçarem desligar ilegalmente dois diretores do Sindnações, que têm estabilidade sindical, um benefício da categoria que eles representam”, criticou o presidente do Sindnações, Raimundo de Oliveira, seguido pela queima de fogos de artifícios.
“É uma arbitrariedade tamanha da missão britânica. Exigimos que o embaixador nos receba e discuta a readmissão de todos. Há uma nuvem negra rondando a embaixada há muito tempo. Funcionários sofrem intensas perseguições e bullyng, que já causaram e causam problemas psíquicos e até tentativas de suicídio dentro do quadro de empregados. Sem falar nas ameaças constantes de demissão para substituição por meio de terceirização e precarização”, disse Marcondes Rodrigues da Silva, secretário de Administração e Finanças do sindicato.
“Os britânicos começaram mal a Copa. E com um gol contra. Desrespeitaram os trabalhadores brasileiros. A embaixada demitiu 15 trabalhadores da segurança, metade do efetivo do setor, para colocar equipamentos eletrônicos de vigilância no lugar. Esta medida é complementar, não garante a segurança efetiva das pessoas. Ao contrário, coloca em risco a vida de funcionários, visitantes e famílias do corpo diplomático. Exigimos respeito ao trabalhador e sua família”, completou Rodrigo Britto, presidente da CUT Brasília.
Os dirigentes do Sindnações não concordam com as justificativas de corte de gastos em função da crise financeira na Europa. Estranham a redução de gastos com segurança já que há dois fatores preocupantes, o crescente índice de casos de criminalidade na região das embaixadas e o fato das representações do Reino Unido serem muito visadas por atos violência da parte de opositores internacionais.
Acampamento na embaixada da Indonésia
Maior parte dos manifestantes dirigiu-se em seguida para a Embaixada da Indonésia, na quadra 805 Sul, onde dois ex-funcionários estão acampados há quase seis meses. Ambos trabalharam mais de duas décadas na representação diplomática sem a cobertura de encargos sociais da legislação local, ao contrário do que estabelecem as Convenções de Viena e da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Por isso, pedem a liquidação da sentença Dio TSTtrabalhista, em cumprimento à lei trabalhista.
Os dirigentes da CUT Brasília e do Sindnações foram reforçar a solidariedade aos dois trabalhadores e aos funcionários da Embaixada da Indonésia, que continuam com direitos trabalhistas desrespeitados. Há diversos trabalhadores indonésios na embaixada em situação que o Ministério do Trabalho rotula de trabalho escravo, denunciam.
A festa que o embaixador da Indonésia no Brasil realizou nessa sexta-feira, dia 20, tomou proporções no mínimo inesperadas pelo corpo diplomático estrangeiro que participou do evento. Do lado de fora da mansão onde funciona a representação política da Indonésia no Brasil, o Sindnações – sindicato que representa os trabalhadores de embaixadas, consulados e organismos internacionais – junto com a CUT Brasília e outras entidades sindicais, realizaram ato em repúdio os abusos trabalhistas praticados contra os servidores da embaixada.
“A missão da CUT Brasília é proteger a classe trabalhadora do DF. E isso inclui os funcionários das embaixadas, que têm também os direitos trabalhistas protegidos por lei. Cobramos dos embaixadores respeito e cumprimento dos direitos trabalhistas”, afirma o dirigente da CUT Brasília, Julimar Roberto
Fonte: Secretaria de Comunicação da CUT Brasília
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