Vejam nesta circular do sindicato que representa todos os empregados da OIT no mundo que estão em pé de guerra com a administração da OIT em torno de suas políticas de pessoal, inclusive com a utilização de falsos consultores (veja frase por nós sublinhada) em trabalhos rotineiros e regulares como estratégia para pressionar para baixo os salários e limitar benefícios do staff da OIT. Na circular falam de raposas cuidando do galinheiro, sendo que para nós parece mais “casa de ferreiro, espeto de pau”, pois saem pelo mundo a pregar práticas mais justas de pessoal e a própia OIT se vale de suas imunidades para abrigar ilegalidades (os falsos consultores sem direitos trabalhistas, previdenciários e sindicais).
18 de outubro de 2013
Pesquisa geral da CFPI sobre o pessoal: A raposa cuidando do galinheiro
O Sindicato do Pessoal da OIT apela a seus membros a não participarem da pesquisa.
Há poucos dias vocês receberam um convite para responderem a uma pesquisa geral sobre o pessoal formulada pela Comissão da Função Pública Internacional (CFPI) com vistas a “saber vossa opinião” sobre vosso sistema global de remuneração. Isto que vos é apresentado como um instrumento para “colher vossas opiniões e sugestões do conjunto do pessoal” é entendido muito mais como um meio de justificar os cortes e as reduções em vossas condições de trabalho. O Sindicato dos empregados já fez soar o alarme no início do ano quando esta estratégia foi exposta muito claramente no “Non-Document HLCM” que apresenta o pessoal como um custo (“de longe as despesas mais elevadas”) e não como um patrimônio da Organização. Isto explica a terceirização e utilização ilegal, no sistema das Nações Unidas, de consultores, que são, na realidade, empregados vinculados e falsamente enquadrados. Isto orienta o debate em torno da questão do nível “apropriado” de remuneração e da segurança do emprego. A expressão “apropriado” só leva a reduções, pois esta é a tendência do sistema nos últimos 10-15 anos.
Este é o pensamento predominante nas recentes reuniões entre nossa Federação e os Países-Membros e é também a impressão que ficou aos que participaram da última reunião do Comitê de Alta Gestão em Genebra. Reflete-se também nas decisões da CFPI de modificar a metodologia da pesquisa sobre salários na área de serviços gerais e que levaram a um precedente histórico de congelamento de escalas salariais. Constata-se isto também na decisão da CFPI de congelar o reajuste dos cargos de Nova York em agosto de 2012, e, consequentemente, suspendendo os aumentos nos níveis de remuneração do pessoal das classes P e D, base de cálculo para as pensões, durante seis meses. Presente também na decisão da CFPI de não aplicar sua própria metodologia às compensações de filhos e dependentes em Genebra e no mundo. Todas estas ações minam a confiança dos empregados sobre a imparcialidade, independência e competência técnica da CFPI em seus métodos e do sistema comum como um todo.
A pesquisa, tanto pela formulação das questões como pela maneira de seu aplicação, é um elemento a mais neste quadro geral. Isto levou a Federação – CCISUA -, à qual o Sindicato está filiado, e as outras federações que no conjunto
representam a totalidade de pessoal do sistema comum das Nações Unidas, a encaminhar uma mensagem na qual explicam sua decisão de “suspender toda e qualquer cooperação, até novo aviso, e de convidar seus membros a não participarem desta pesquisa”. O Sindicato contatou representantes da Administração para saber como respondem a estas graves acusações.
O Sindicato prosseguirá as articulações com nossa Federação, a fim de assegurar que o reexame do sistema de remuneração seja efetuado de maneira a refletir as melhores práticas no que se refere às condições de emprego, de trabalho e de proteção social, preservando a segurança, a integridade e a independência da função pública internacional.
A fim de nos ajudar a atingir este objetivo e enquanto não houver aviso em contrário – o pessoal da OIT é encorajado a não preencher a pesquisa mundial da CFPI!