23 de setembro de 2013 06:35 pm
TRABALHADORES ACAMPAM EM FRENTE À EMBAIXADA DO JAPÃO
Treze ex-trabalhadores da Embaixada do Japão, que atuavam na área de segurança , iniciaram na manhã desta segunda-feira (23) acampamento por tempo indeterminado em frente à sede da representação política do país no Brasil. Apoiados pelo Sindnações, eles pedem o pagamento de todos os direitos relativos a cerca de duas décadas de trabalho.
Francisler Gomes de Matos, um dos ex-empregados da Embaixada do Japão, conta que trabalhou 17 anos, sem qualquer tipo de contrato formal que regularizasse a atuação profissional. “Eles faziam contrato de âmbito interno da embaixada, mas sem registro em cartório, sem validade nenhuma, só para conhecimento deles. Eles sempre falavam: esse ano a gente ficha a carteira de vocês, mas isso nunca aconteceu. E aí, quando a gente pedia para eles ficharem, eles diziam: olha, se vocês pressionarem muito nós vamos mandar vocês embora. Então, a gente ficava coagido e por já ter idade, ser pai de família , ter dívida, acabava aceitando e ficando calado”, conta o trabalhador.
Com 40 anos de idade , dois filhos e esposa, Francisler explica que os treze trabalhadores foram afastados da função sem aviso prévio e não receberam a verba proveniente do pagamento dos direitos trabalhistas. “No dia 29 de março eles chegaram pra gente e falaram que a partir do dia 31 do mesmo mês a gente estava proibido de entrar na embaixada. Eles disseram: acabou o serviço e vocês podem se virar. E se vocês pressionarem a gente na justiça, a gente não vai pagar nada. Trabalhei 17 anos ininterruptamente. Nunca tivemos pagamento de férias. Como eles não pagavam as férias, a gente nunca gozou o descanso. Fomos muito humilhados”, denuncia.
Desde que os trabalhadores foram demitidos, o Sindnações vem tentando negociar com a Embaixada do Japão. Entretanto, de acordo com o dirigente do sindicato, Marcondes Rodrigues da Silva, os representantes do corpo diplomático japonês estão inflexíveis. “Na última audiência de conciliação, eles (representantes da embaixada) já disseram que não vão abrir mão da imunidade de jurisdição, ou seja, não vão respeitar o judiciário brasileiro caso a determinação da justiça seja pró trabalhadores”, afirma.
A promessa dos trabalhadores demitidos
e do Sindnações é de que o acampamento permanecerá enquanto os trabalhadores não receberem o valor exato referente às verbas trabalhistas. “Enquanto não tiver meus direitos corrigidos, não vou me retirar do acampamento”, anuncia Francisler Gomes de Matos.
Fonte: Secretaria de Comunicação da CUT Brasília