Vestidos de preto, servidores da embaixada americana e dos consulados protestam nesta quarta-feira para cobrar aumento de salário
Luís Bulcão, do Rio de Janeiro
O dia da reeleição de Barack Obama foi marcado por uma cena inusitada nas repartições diplomáticas dos Estados Unidos no Brasil. Funcionários da embaixada de Brasília e dos consulados do Rio de Janeiro, São Paulo e Recife foram trabalhar vestidos de preto. Não se trata de luto pela vitória do chefe a maioria estava torcendo pela reeleição, dizem eles. Mas sim de um protesto contra a política de “congelamento” dos salários dos funcionários de todas as repartições consulares norte-americanas no mundo, que já dura três anos.
O último aumento, segundo uma funcionária brasileira, foi há quatro anos, de apenas 3%. “Estamos sofrendo aqui, mas imagina em outros países, onde a inflação é ainda mais alta”, reclamou. No Rio de Janeiro, os funcionários se reuniram em frente ao prédio do Consulado-Geral por volta do meio-dia para marcar a manifestação. Nenhum serviço foi interrompido, uma fez que eles são impedidos pela lei americana de entrar greve. As filas para pedido de visto continuaram fluindo.
Segundo os funcionários brasileiros, o valor do ticket alimentação e o auxílio para transporte que recebem não aumenta há 12 anos. “O nosso ticket é menor que 10 reais e a parcela que pagamos para o transporte aumentou”, contou um dos funcionários.
Revista Veja on-line 07 de outubro de 2012